A educadora capixaba Náysa Taboada Silva Alvarenga, de 47 anos, está prestes a viver um marco pessoal e esportivo que vai muito além das fronteiras da sala de aula. Servidora da Secretaria Municipal de Educação (Semed), pedagoga e professora, ela participa no próximo domingo (8) da Comrades Marathon, na África do Sul — considerada a maior e mais antiga ultramaratona do mundo, com aproximadamente 90 quilômetros de percurso.
Com largada prevista ao amanhecer, a prova é um símbolo de resistência física e mental, reunindo quase 25 mil atletas de todo o mundo. A edição de 2025 celebra mais de um século da competição, criada em 1921. Para Náysa, o desafio tem um gosto ainda mais especial: será sua primeira participação na Comrades e a realização de um sonho antigo.
“Estou muito feliz e nervosa ao mesmo tempo. É um sonho antigo que está se realizando. A preparação foi intensa, mas estou confiante que vou concluir o trajeto”, conta.
Náysa não estará sozinha. Ao seu lado, literalmente, estará o marido e companheiro de corrida, Ronaldo Alvarenga Alves, de 46 anos, que já participou da prova em edições anteriores. “É uma emoção enorme poder viver essa experiência novamente, agora ao lado da minha esposa”, destaca ele.
Casal que corre unido
Casados e corredores desde 2012, Náysa e Ronaldo compartilham não apenas a rotina de treinos e provas, mas também uma filosofia de vida: a busca por superação, saúde e equilíbrio. Para ela, o esporte funciona como uma ferramenta de transformação — pessoal e social.
“Quero mostrar que é possível conciliar carreira, família e esporte. É tudo uma questão de disciplina, foco e amor pelo que se faz”, afirma.
Em nome de Guarapari e do Espírito Santo
Náysa e Ronaldo integram uma comitiva de 23 corredores capixabas que embarcam nesta quarta-feira (4) rumo ao continente africano. Eles representarão o Espírito Santo em uma das provas mais emblemáticas do calendário mundial de corridas de rua.
A participação da pedagoga na ultramaratona é um reflexo do espírito de determinação presente em muitos profissionais da educação que, mesmo diante da rotina intensa de trabalho, encontram espaço para cultivar paixões e projetos paralelos.
Uma lição que vai além da escola
A história de Náysa é uma aula prática sobre metas, equilíbrio e coragem. Em um cenário onde tantas vezes a mulher precisa se desdobrar entre múltiplas funções, ela mostra que é possível — com planejamento e força de vontade — alcançar objetivos ambiciosos.
No próximo domingo, enquanto milhares de pés riscam o asfalto da África do Sul, a pedagoga capixaba correrá também por todas aquelas que seguem ensinando, cuidando, sonhando — e agora, ultraando os próprios limites.
