O Espírito Santo vive um marco histórico na área de Ciência, Tecnologia, Inovação (CT&I) e Extensão. O Governo do Estado anunciou, nesta segunda-feira (14), um investimento recorde de R$ 203,5 milhões para o fomento de projetos nessas áreas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes). O anúncio foi feito durante evento no Palácio Anchieta, em Vitória, com a presença do governador Renato Casagrande e do vice-governador Ricardo Ferraço.
O montante corresponde a recursos do Fundo Estadual de Ciência e Tecnologia (Funcitec), do Funcitec/MCI – Mobilização Capixaba pela Inovação, além de parcerias com outras instituições. Do total, R$ 108 milhões serão destinados a novas ações ainda no primeiro semestre de 2025. Ao todo, serão contemplados 27 editais, sendo 16 em execução e 11 novos — destes, sete são inéditos.
“Queremos ser um estado provedor de tecnologia e não apenas consumidor. A pandemia nos mostrou o quanto é essencial ter soberania tecnológica. Estamos adotando soluções inovadoras em várias áreas do governo. O Espírito Santo pode ser referência nacional nesse modelo de desenvolvimento”, destacou Casagrande. O governador também apontou a importância da juventude nos processos de inovação e do fortalecimento de institutos especializados para estimular a produção científica local.
Um dos destaques é o edital “Nova Economia Capixaba”, inédito no Brasil, que vai destinar R$ 40 milhões a projetos de inovação mais maduros, com foco no desenvolvimento de produtos e serviços tecnológicos. A chamada pública funcionará em fluxo contínuo, o que permite o envio de propostas a qualquer momento. O edital prevê o cofinanciamento de projetos entre o poder público, empresas e instituições de pesquisa.
“Estamos adaptando modelos de sucesso como o da EMBRAPII à realidade capixaba. Nosso objetivo é atrair projetos de alto potencial, reduzindo os riscos e incentivando a transferência de tecnologia entre academia e setor produtivo”, explicou o diretor-geral da Fapes, Rodrigo Varejão.
O vice-governador Ricardo Ferraço reforçou o compromisso do Estado com a ciência. “Esse é um investimento concreto contra o negacionismo. Apostamos na ciência, na pesquisa e na capacidade transformadora do conhecimento. Somos um estado pequeno, mas que está mostrando que é possível dar certo.”
A Fapes também anunciou um aumento no valor das bolsas de formação científica. Segundo o secretário de Estado de Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação Profissional, Bruno Lamas, os recursos vão fortalecer instituições, impulsionar talentos e ampliar a capacidade do Estado de responder a desafios locais com soluções inovadoras. “É a maior aplicação da história do Espírito Santo nessas áreas. Um investimento estratégico que mostra que o desenvolvimento a, necessariamente, pela valorização da ciência”, afirmou.
Novos marcos para a CT&I capixaba
Além dos editais, o evento destacou duas iniciativas inéditas para o avanço da ciência e da tecnologia no Estado. A primeira delas é a implantação do primeiro Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) sediado no Espírito Santo, na área de Fotônica, dentro da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). O projeto recebe um aporte de aproximadamente R$ 6 milhões do Governo do Estado, via Fapes.
A segunda iniciativa é a criação do primeiro Parque Tecnológico capixaba, que será instalado na Cidade da Inovação do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes). O espaço, que já vinha sendo estruturado com apoio de aproximadamente R$ 5 milhões em 2023, visa transformar a Cidade da Inovação em um polo consolidado de tecnologia e empreendedorismo científico.
Apoio ao setor produtivo
Para fortalecer a participação do setor privado nas iniciativas de inovação, o Banestes firmou parceria com a Fapes e vai oferecer uma linha de crédito exclusiva para empresas que forem contempladas no edital “Nova Economia Capixaba”. A linha “Cred Giro Parcerias” será destinada a empresas com mais de seis anos de atividade, conta no Banestes e aprovação técnica da Fapes.
Com essa série de ações, o Espírito Santo se consolida como um estado que aposta no conhecimento como vetor de desenvolvimento, buscando se tornar um modelo de referência nacional em CT&I.